Nesta quinta (20/01) e sexta (21/01), os palcos de Desenvolvimento e Software Livre da Campus Party 2011 sediaram, ao todo, 4 atividades sobre HTML5. Eu assisti a 3 delas e, embora um pouco redundantes entre si, cada uma destacou conteúdos diferenciados sobre as mudanças nos padrões de desenvolvimento.
Palestra: Futuro da Web, HTML5 e W3C
A primeira foi a palestra "Futuro da Web, HTML5 e W3C" (foto acima) por Carlinhos Cecconi, analista de projetos do escritório do W3C no Brasil. Assim como nas outras atividades, foi apresentado primeiro um histórico sobre o HTML, o início da era dos padrões web e Cecconi acrescentou a motivação para a criação do consórcio W3C, que foi a Guerra dos Browsers em 1994.
Cecconi comentou mais sobre a história do W3C, enfatizando o objetivo de conduzir a Web para que ela "atinja todo seu potencial, desenvolvendo protocolos e diretrizes que garantam o seu crescimento". E para isso, o W3C possui 4 metas:
- Web para todos: tornar o benefício da web (valor social: comunicação humana, comércio, compartilhar conhecimento) disponível a todos independente de harware, software, infra estrutura de rede, idioma, cultura, localização geográfica, habilidade física, habilidade mental;
- Web em qualquer dispositivo: Possibilitar que o acesso de qualquer tipo de dispositivo seja tão simples, fácil e conveniente quanto de um computador convencional;
- Web base de conhecimento: Possibilitar que os próprios computadores estabeleçam inferências e relações entre os conteúdos, interpretem informações e valores semânticos, tornar a Web mais do que um livro hiperlinkado;
- Web confiável e segura: transações sociais e comunicações com terceiros.
E nisso ele apontou o futuro da Web como um ambiente independente de linguagem, de formalismo, mas um ambiente de informações semânticas interpretadas e inferidas, citando também o uso do RDF com HTML5, que provê mais do que hiperlinks, mas também datalinks. Foram mostradas as principais novidades do HTML5, incluindo as novas tags (mais semânticas) com um exemplo entre a diferença de marcação do HTML 4.01 para o HTML5 e mais demonstrações presentes no site-livro
Diveintohtml5.org. Cecconi frisou o uso do SVG com um ponto importante a ser estudado por designer e programadores front-end.
Mas, dentre o que foi mostrado, o mais interessante foram as possibilidades de se trabalhar com vídeos acessíveis, que possuem legendas (tanto de diálogos quanto de descrição de cena) providas por um arquivo XML e, dessa forma, podem ser interpretados por softwares leitores de tela. Mais exemplos de HTML5 podem ser encontrados em
http://www.w3.org/html/wiki/Demos.
Palestra: HTML5
Na sexta-feira à tarde foi a vez de
Andrew de Andrade falar sobre HTML5 e depois fazer um hand-on (oficina prática) para aplicar os conceitos apresentados. Infelizmente eu não terminei de assistir essa palestra e também não participei da próxima que era o hands-on. Neste momento a energia da CP teve que ser interrompida pois eles estavam saindo dos geradores (no dia teve uma chuva muito forte que causou a queda de energia e foi preciso acionar os geradores).
O que pude ver nesta palestra foi que o foco acabou sendo mais JavaScript do que HTML5. Apesar de sabermos que a combinação entre HTML5 + CSS3 + JavaScript pode gerar aplicações incríveis, elas não são uma unidade e funcionam independentemente umas das outras e eu esperava que a palestra falasse mais sobre características do HTML5. O conteúdo sobre JS foi muito interessante e bem apresentado, mas não estava muito de acordo com o título da palestra.
Entre os tópicos, Andrade mostrou novos seletores de elementos que podem (talvez, no futuro) extinguir a necessidade de frameworks como jQuery (claro que o jQuery tem muitas outras funções, não vamos minimizá-los a isso). Ele também abordou o Web Storage, que permite salvar o conteúdo no cliente e não no servidor (pesquisei no site do W3C e parece que este recurso foi descontinuado), Web SQL Database, Indexed Database, Application Cache (definido no mas manipulável por JS), Web Workers (API para rodar os scripts em background), Notifications (janelinhas de notificações diretas na área de trabalho), Geolocation, e o Drag and Drop nativo que pode permitir, inclusive, arrastar os itens para o desktop.
Sobre as tags do HTML5, é interessante Andrade ter explanado que a criação destas novas tags foi um mapeamento feito pelo grupo de trabalho do HTML5 acerca das estruturas mais utilizadas e até mesmo as classes e IDs mais utilizados.
Palestra: HTML5 e o Futuro da Web
À noite foi a vez da área de Software Livre ser palco de uma palestra sobre HTML5, desta vez com
Maxwell Dayvson. Ele mencionou muitas coisas semelhantes a Andrew de Andrade, mas o foco maior foi em canvas e vídeos.
Dayvson mostrou alguns vídeos muito interessantes de sites que utilizam, principalmente, canvas, entre eles jogos muito bem elaborados e interfaces ricas.
Ele chamou a atenção também para o uso do vídeo em HTML5, pois parece que há uma guerra de Codecs de vídeo, alguns navegadores, como o Chrome, passaram a não dar mais suporte para determinados codecs,o que deixa o uso da tag "video" um pouco instável. Nesse ponto, o Flash tem uma vantagem como player de vídeo, pois o codec já vem embutido.
Também foram mostrados os novos tipos de inputs do HTML5, com certeza uma das características mais imporantantes que retira o uso do JS para implementar funções comuns como campo de data, email, valor numérico, entre outros.
E, por fim, um dos destaques da palestra foram também os frameworks de HTML5, que permitem utilizar certas convenções para facilitar o trabalho e manter um padrão. Dayvson apresentou o
52Framework,
HTML5 Boilerplate,
EaselJS (para trabalhar com canvas), entre outros.